sexta-feira, 3 de maio de 2013

Os rasgados elogios a D. Maria Eulália Falcão Leite, esposa do Embaixador Português no Brasil, Dr. Duarte Leite

 
Os rasgados elogios a D. Maria Eulália Falcão Leite, esposa do Embaixador Português, no Brasil, Dr. Duarte Leite
 
 
 
Foto acima, da Senhora de Vila Pouca, também tratada por D. Embaixatris, em Meinedo, num dos seus bem cuidados jardins, com multi-espécies de flores, multicolores, de que muito gostava,  em Maio de 1968, a poucos meses de se finar, em 13/10/1968
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Os rasgados elogios à esposa do embaixador português, Dr. Duarte Leite, de nome: D. Maria Eulália Falcão Leite, quando ambos estavam na embaixada de Portugal, no Rio de Janeiro, Brasil. (Anos 20, Séc. XX.
(Na transcrição que se segue, chamo a atenção para a leitura do texto abaixo realçado com fundo amarelo, deste blogue)
 
Transcrição Parcial
 
Titulo: “COMO EU VI O BRASIL”: A MULHER E A EDUCAÇÃO NA PERSPECTIVA DE EMÍLIA DE SOUSA COSTA
Emília de Sousa Costa (1877- 1959) foi uma escritora e educadora que ocupou
um lugar singular na sociedade da época. Autora de livros educativos para mulheres, demarca-se dos radicalismos então em voga e defende uma concepção de educação feminina que incorpora a educação doméstica, a formação profissional, um conceito de civilidade próprio do género e a defesa da mulher como pilar da família, da sociedade e da pátria. A sua obra é prescritiva e de teor moralizante, mas defende o progresso e a modernidade, atribuindo à mulher um papel fundamental na construção do futuro.
          Para Emília de Sousa Costa, os laços entre as mulheres de lá e de cá do Atlântico eram fortes, com muitas semelhanças e cumplicidades, embora reconhecendo que a mulher brasileira apresentava “o seu quê de mistério”, que escapava à sua capacidade de análise. Mas isso não a impediu de estabelecer um olhar crítico, em que são utilizados critérios de análise similares.
“Não encontro uma diferença muito sensível no tipo da portugueza e
da brazileira. Há morenas e alvas. Olhos negros e azues, garços e esverdeados. Predomina, como entre nós no sul, a tez morena, olhos cor de bronze, ou negros. Há porém, no fundo de todos os olhos femininos brazileiros um mistério que eu, talvez por ser mulher, não sei desvendar. Esses olhos lembram-me não sei porquê, círios a arder perenemente em sensualidades capitosas. A languidez dos movimentos, um pouco oriental, torna as mulheres ondulantes e flexíveis como palmeirinhas tenras.
Mesmo as senhoras adiposas assumem por esse motivo um ar tão
«infantil, tão mimoso, tão frágil, que nos confunde e nos retém nos lábios qualquer tentativa de conversa fóra dos limites de assuntos leves, graciosos, caracterisadamente femininos.” (COSTA, 1925, pp.37-38)
          Emília de Sousa Costa encontrou as mulheres com quem se identificava
verdadeiramente nos estratos cultos da sociedade carioca, cujo modelo é seguramente retratado na família de Júlia Lopes de Almeida, acompanhada por suas filhas, todas elas apresentando elevadas capacidades artísticas e culturais. Este perfil de referência devia ainda aliar, a estas capacidades, a bondade, a distinção, a apresentação irrepreensível, o bom gosto, a sensibilidade.
 
Mas outras senhoras lhe mereceram rasgados elogios: a esposa do embaixador português, Doutor Duarte Leite, “alma lidima e enternecida de portuguesa, senhora de rara distinção, a prodigalisar-se em provas de bondade tamanha, para toda a colónia, que esta a adora, como se adora uma santa” (pág 58);
Maria Adelaide, com o seu “mavioso sorriso da angelical” e D. Josefa Quintanilha, pela “linha nobre” da sua presença (pág.62); D. Maroquinha Rabelo, “também conferencista e escritora que na sua dição primorosa nos revela todas as recônditas belezas dos versos” e D. Rosalinda Coelho Lisboa, “escritora de valor notável e poliglota” (p. 63); D. Maria do Carmo, esposa de Rui Chianca, “espírito angelical e lucidíssimo, figurinha deliciosa e frágil de uma virgem de marfim” (p.36); D. Otília, a bondosa esposa de Augusto Sarmento, ambos seus queridos amigos; e Madame Campos, “a enérgica e sábia cultora da plástica feminina” (COSTA, 1925, p. 36).
Nas ruas encontravam-se os diferentes tipos de mulher que compunham a sociedade brasileira, cruzando-se nos mesmos espaços, independentemente das suas origens sociais ou da missão que haviam escolhido para desempenhar ao longo da sua vida. Era um mundo que fervilhava e onde coabitavam os comportamentos mais puritanos com as novas formas de afirmação da mulher, nos espaços públicos, que caracterizaram os “loucos anos 20”. A sociedade carioca, multicultural e multiétnica, vivia “numa liberdade a todos os respeitos louvável e encantadora” e na Avenida Rio Branco, como em outros locais do Rio de Janeiro,
 
Extracto transcrito dos escritos sob o titulo:
MJ Mogarro, V Dias - sbhe.org.br
De: Maria João Mogarro
UI&DCE – Universidade de Lisboa
e de:Vera Dias
FPCE – Universidade de Lisboa