Meinedo, Casa de Vila
Pouca - O automóvel, a garagem e o alambique
Nestas imagens,
pretende-se recuar aos anos 40, 50, 60, do Séc. XX, para numa breve síntese
explicar o que representavam os bens acima publicados, que são visualizados, nestas
imagens.
O automóvel,
da marca VAUXHALL, modelo A12, que se vê na foto, (O
Vauxhall, aqui representado, é apenas imagem de amostragem, para comparação), do veículo, daquela marca e modelo, de cor preta, que foi utilizado,
nos anos 40 (séc. xx) e seguintes, pelo Professor Dr. Duarte Leite, (até ao fim dos seus dias) e por familiares, sabendo-se que este veículo, ainda continuou
ao serviço, pelo menos, por mais duas décadas.
Um dos
condutores que conheço, actualmente com 85 anos, (sobrinho do anterior
chauffeur, que deixou a condução por ter passado a exercer funções de feitor), disse-me, que conduziu o VAUHXALL, por longo período, logo
após seu tio ter passado a exercer funções de feitor. Acrescentou que, havia
existido, antes do Vauxhall, um carro que foi trazido do Brasil, em 1931,
quando do regresso a Portugal, do Dr. Duarte Leite, por aposentação do alto
cargo de embaixador, naquele país, cuja marca (?) era desconhecida. Porém dizia-se,
que a montagem e ou, o fabrico, era de origem brasileira e que, relativamente à
marca, era alcunhado de o “cachambeque”.
Quanto ao prédio constituído por dois pisos, que as três fotos
documentam, foi destinado a garagem, (designada por “garagem nova”), com
alojamento na parte superior, dotado de dois quartos e com quarto de banho, para
o “Chauffeur” e para o Feitor.
As funções do feitor, na Casa de Vila Pouca, correspondiam a
encarregado geral das actividades agrícolas e do pessoal da casa, com poderes
de fiscalização e de promover a entre ajuda, dos rendeiros das quatro quintas, (Casas de habitação, anexos, matas e terrenos), que lhes foram confiadas, mediante o pagamento de uma renda
anual, no Outono, (pelo S. Miguel), em géneros agrícolas.
Tais quintas, sob a tutela da Casa de Vila Pouca, designadas
por: “Vila Pouca”, “Portelada”, “Lages” e “Paredes”, nesta sequência, são todas contíguas, desde os dois moinhos, também estes da Casa
de Vila Pouca, localizados, junto da
Ponte de Casais (rio Sousa), até às proximidades da Capela de Santa Ana, a
norte, no lugar de Romariz – Meinedo, zona limite com a vizinha freguesia de
Boim, do concelho de Lousada.
Notas
finais:
1. – Actualmente, as quintas
de Lages e a de Paredes, já não pertencem ao clã da Casa de Vila
Pouca, pertencem à conceituada Quinta da Aveleda, SA, sediada em Penafiel.
2. – No foto nº. 1, do ano 2007, vê-se, à direita, a existência duma repartição
anexa, de um só piso. Aí funcionava um alambique
para transformação de bagaço vinícola, em aguardente. Algumas vezes assisti ao
seu interessante funcionamento.
3. – Na foto nº. 1A, vê-se a janela sobre a porta da garagem que, a trepadeira, “ERA”,
na Foto nº. 1, esconde. Neste foto, vêm-se também, à esquerda, uma fila de tílias,
(são seis, mas
não estão todas visíveis, neste foto), que dão
nome àquele terreiro e ainda ao fundo, vê-se, o parque das carvalheiras.
4. – Na foto nº. 2, do ano 2007, vê-se a fachada lateral do prédio garagem e as
escadas de acesso ao piso de cima.