Genealogia do Prof. Dr. Duarte Leite Pereira da Silva
Transcrição do texto constante no: - Diário
Oficial do Estado de S. Paulo nºs de 21/6/1952, p. 62; de
17/8/1952, p. 32; e de 14/4/1954, p. 8 e, no Site: - http://genealogias.info/1/upload/leites.pdf
“TENTATIVA DE DEDUÇÃO
GENEALÓGICA DA FAMÍLIA LEITE
1. Manuel Leite e sua mulher Maria Pereira, de Peso da
Régua, foram pais de, pelo menos:
2. José Leite Pereira dos Guimarães, casado,
com Quitéria Maria, que seguem.
2. José Leite Pereira dos Guimarães, de Peso da Régua, casou com
Quitéria Maria, também de Peso da Régua, filha de André Lourenço, da
freguesia de Parada do Reino da Galiza, Bispado de Tui, e de sua mulher Ana
Mourão, da freguesia de Lordelo do Arcebispado de Braga.
Foram pais de, pelo menos:
3. Maria Margarida Leite, casada com José
Pereira da Silva, que seguem.
3. Maria Margarida Leite, natural de Peso da Régua, onde casou,
na Igreja de S. Faustino, em 20.11.1811 com José Pereira da Silva (ou José
da Silva Chasco). Foram testemunhas do casamento José Pinto Ribeiro,
Alferes do Batalhão de Caçadores nº 3, e José Correia, casados, ambos de Peso
da Régua. José Pereira da Silva nasceu no lugar de Vacalar, freguesia de
Armamar, e era filho de Pedro José da Silva, da freguesia de Armamar, Bispado
de Viseu, e de sua mulher Ana Maria Josefa, da freguesia de Sanhoane; neto
paterno de António José Pinto e de sua mulher Maria dos Santos, ambos de Armamar;
neto materno de José Caetano Taínho e de Ana Maria Josefa, ambos de Sanhoane.
Maria
Margarida e José viviam em 1861 em Peso da Régua e foram pais, pelo menos, dos
seguintes dois filhos:
41 Francisca Leite da Silva ou Leite Pereira,
que nasceu entre 1816 e 18291 na freguesia de S. Faustino de Peso da Régua, Vila Real.
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(1) Não foi encontrado o
seu nascimento até 1.6.1816. A partir desta data faltam no entanto os assentos
de baptismo de S. Faustino até 1829.
Era moradora na Praça da Batalha quando casou, na Sé do Porto, em
10.9.1853, com José Dias de Almeida, ourives e industrial no Porto, que
nasceu na freguesia de S. Miguel de Baltar em 16.11.1829, filho de António de
Almeida, nascido em Cela, e de sua mulher Maria Dias de Oliveira.
CG referida em Dias de
Almeida, do Porto.
4.2 Rafael
Leite Pereira da Silva, nascido na Régua por volta de 1832, casado com Isabel
Maria da Soledade, que seguem.
4. - Rafael Leite Pereira da Silva, Capitão da Marinha Mercante
e proprietário.
Nasceu em Peso da Régua em 16.3.1832 e foi baptizado na paroquial de S.
Faustino em a 16.4, sendo padrinho Rafael Zeferino Teixeira de Resende e
assistente Manuel Leite Pereira, ambos da Régua.
Vivia no Porto, onde era morador na Rua Firmeza quando casou, aos 29
anos de idade, na Igreja do Senhor do Bonfim, em 18.9.1861, com Isabel Maria
da Soledade, com 23 anos, nascida no Porto (Cedofeita) por volta de 1838 e
moradora na freguesia da Sé, filha de pais incógnitos. As testemunhas do
casamento foram Duarte Lopes da Silva, solteiro, proprietário, morador na Rua
do Sol, e Caetano Gomes, casado, servente da Igreja do Bonfim.
É dito marítimo no
assento de baptismo da filha Isabel, proprietário
no do filho Duarte.
Rafael e Isabel eram moradores em 1864
na Rua de Sto. André, freguesia do Bonfim, e tiveram pelo menos os dois filhos
seguintes:
5.1 - Isabel, nascida em Sto. Ildefonso em
24.11.1862. Foi baptizada em 11.12 e foram seus padrinhos João Pereira Martins,
solteiro, negociante, morador na Rua da Alegria, e D. Ana Joaquina da Silva
Lopes, solteira, moradora na Rua do Sol.
5. 2 - Duarte
Leite Pereira da Silva, professor, ministro, diplomata, etc., nascido em
11.8.1864, casado com Eulália Falcão, que seguem.
5. Duarte Leite Pereira da Silva, notável erudito, diplomata e
homem político, professor e historiador, que nasceu no Porto (Sto. Ildefonso)
em 11.8.1864. Foi baptizado em 5.9 e foram seus padrinhos Duarte Lopes da
Silva, solteiro, proprietário, morador na Rua do Sol, freguesia da Sé, e D.
Maria Emília, solteira, moradora também na Rua do Sol.
Morreu no Porto, com 86 anos, em 28.9.1950.
Fez os seus estudos primários entre o Porto e o Brasil e a instrução
liceal em Lisboa, no Colégio dos Jesuítas de Campolide.
Formou-se na Universidade de Coimbra em 1885, nas Faculdades de
Matemática e Filosofia, com a tese Integração
das diferenciais algébricas, licenciando-se em Matemática em 1886.
Nesse mesmo ano entrou para o corpo docente da Academia Politécnica do Porto, onde regeu, durante vinte e cinco
anos, até 1911, as cadeiras de Geometria
Descritiva e Projectiva, Astronomia,
Geodesia, Topografia e Mecânica
Racional.
Segundo a GEPB, era um
professor altamente considerado, pela sua competência e pela sóbria clareza das
suas prelecções.
De vasta cultura e mentalidade formada
dentro dos princípios liberais, tomou parte activa na propaganda das ideias
republicanas, escrevendo artigos sobre os vários problemas sociais e de
administração do Estado, sobretudo na Voz
Pública e no diário A Pátria,
de que foi fundador e Director.
Por este motivo, foi convidado, como sucedeu com várias
individualidades da época de todos os meios sociais e académicos e mesmo
militares, para integrar o Directório do Partido Republicano, de que fez parte
entre 1897 e 1899 e que esteve na origem do Grupo Republicano de Estudos Sociais, que viria a ser um
importante elemento favorável à implantação da República, ao mostrar à opinião
pública nacional e internacional que os republicanos portugueses não eram um
grupo de agitadores e desordeiros mas sim uma alternativa credível à Monarquia.
Entre 1907 e 1908, na sequência da vitória autárquica de uma lista de
inspiração republicana, fez parte da vereação municipal da Câmara do Porto
presidida por Jacinto de Magalhães como representante republicano. Foi também
por essa altura candidato a deputado pelo Porto.
Em
1910 foi Presidente da Assembleia Comercial Portuense e foi nomeado vogal do
Conselho de Administração da Companhia
dos Caminhos de Ferro Portugueses,
cargo que abandonou ao ser convidado para Ministro das Finanças no
governo presidido por João Pinheiro Chagas (Set.-Nov. 1911).
De 16.6.1912 a 9.1.1913 foi chefe do Governo, acumulando com a pasta do
Interior. Este Executivo, que integrava democráticos, evolucionistas e
unionistas, teve que enfrentar e resolver a greve do pessoal da Companhia dos
Carris de Ferro de Lisboa, que teve momentos de séria gravidade.
De 1914 a 1931 foi Embaixador de Portugal no Rio de Janeiro e,
simultaneamente, entre 1915-1917 e 1918-1919, Senador pelo Círculo do Porto.
Durante a sua permanência no cargo de Embaixador no Brasil, que exerceu
com o maior prestígio e distinção, escreveu várias memórias para uma história
da colonização no Brasil.
Regressado a Portugal depois da sua
aposentação por limite de idade, em 1931, instalou-se na sua casa em Meinedo,
Lousada, onde continuou a escrever, nomeadamente sobre a história de Portugal e
a história dos Descobrimentos.
Colaborou também com os periódicos Primeiro de Janeiro e Seara
Nova Bem com uma série de artigos sobre temas de História, Geografia e
outros.
Pertenceu à Maçonaria, onde foi iniciado em 1892, na loja União Latina,
sob o nome de Confúcio.
Publicou
as seguintes obras: Os falsos precursores de Álvares Cabral (Lisboa
1921); Descobridores do Brasil (Porto 1931); Acerca da "Cronica
dos feitos de Guinee" (Lisboa 1941); Contra o espiritismo:
comentários à sua defesa por um espírita graduado (Porto 1946); Lendas
na história da navegação astronómica em Portugal (Coimbra 1950); História
dos descobrimentos: colectânea de esparsos (dois volumes, Lisboa 1958 e
1959); Discussão sobre o quadro da Misericórdia do Porto (Lisboa, s/d).
Casou com Eulália Falcão, de quem
teve três filhas e um filho, sabendo-se por enquanto apenas dos dois seguintes:
6.1 - Rafael,
que ficou a viver no Brasil. É por certo o Rafael Falcão Leite referido
em vários números do Diário Oficial do
Estado de S. Paulo de 1952 e 19542 como português, casado. comerciante, domiciliado e morador nesta capital [S.
Paulo], à Rua Queluz n. 98, que
era Director-Comercial e mais tarde Director-Presidente da firma Araguaia de Tecidos, S.A., com sede
na Rua da Conceição, 537 (cujo activo em 1954 era de cerca de 100 milhões de
cruzeiros).
6.2 - Isabel
Falcão Leite, que casou com Manuel Antas de Oliveira, filho de Alberto
de Oliveira (nascido no Porto (Bonfim) em 13.6.1873 e f. em S. Mamede de
Infesta em 23.4.1940) e de sua mulher Josefina Cândida Furtado de Antas
(nascida também em 1873 em Sta. Maria da Porta, Melgaço), com quem casou em S.
Mamede de Infesta em 10.9.1894. Neto paterno de Francisco António Pereira de
Oliveira, natural de Ervededo, Chaves, e de Carlota Sofia, também de Ervededo;
neto materno de João Cândido Furtado de Antas, Bacharel formado em Direito pela
UC, Administrador do Concelho de Viana do Castelo e fundador do jornal Aurora do Lima, 10º Senhor da Casa da
Preguiça, em Portuzelo, Viana do Castelo, e de sua mulher Corina Cândida
Ribeiro Pereira.
Pais de:
7. - Isabel Maria Leite de
Antas de Oliveira, que vive (em 2011) viúva e doente num Lar no Porto.
Casou em 2.5.1951 com Paulo
de Melo Mexia Pinto de Mesquita, nascido em 25.4.1921, filho de Simeão
Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães, Bacharel formado em Direito pela UC,
Advogado, Deputado à Assembleia Nacional, Vereador da CM do Porto, Presidente
da Assembleia-Geral do Club Portuense, etc., e de sua mulher Maria
Henriqueta de Melo Sampaio Mexia, Senhora da Casa de Sezim, em Nespereira,
Guimarães, e da Casa de Vila Boa, em Joane, Vila Nova de Famalicão. Neto
paterno de António Pinto da Mesquita de Carvalho Magalhães, Bacharel formado em
Direito pela UC, Advogado e Jurisconsulto, Governador Civil do Porto,
Presidente da Assembleia Geral do Club Portuense, etc., Senhor da Casa
de Vila Verde, em Caíde de Rei, Lousada, e do Paço de Carvalhosa, e de sua
mulher Felismina do Carmo Barbosa; neto materno de Luís Fernando Coelho de Melo
Mexia e de sua mulher Maria Brígida de Melo Sampaio, de Silvares, Lousada.
Não tiveram geração”.
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(2 ) Diário Oficial do Estado de
S. Paulo nºs de 21/6/1952, p. 62; de
17/8/1952, p. 32; e de 14/4/1954, p. 8. e no Site: - http://genealogias.info/1/upload/leites.pdf